quinta-feira, agosto 23, 2007

Ainda sobre os remédios que voltei a tomar, sobre as vaquinhas amordaçadas que me buscam, estou, aos poucos, tirando minhas conclusões, porque gostei das bichanas, tão coloridas, tão engraçadinhas e terríveis…
Tenho a sensação nostálgica delas, quando tomo os comprimidos, mas essa noite não vieram. Nem meu pensamento ganhou algum revestimento. Ficou a imaterialidade deles, comum em meu cérebro, sem nenhuma casca, despercebidos, mas protegidos.
Fiquei bem…
Somente perdura certa tontura e um desconforto estomacal e, explico melhor, o meu estômago e cabeça sempre tão discretos, começaram a fazer-se notar, ta se ligando?
Quanto às vaquinhas, não sei se fizeram-se revelar vindas das profundezas intergaláticas do cosmo infinito ou se são daqui mesmo, das entranhas sanguinolentas desse blogueiro contumaz que lhes fala, queridos leit@res.
Ontem, passeando na Net, achei uma outra resenha sobre o Rato, dessa vez, na G On Line. Veja:


Rato









Por Ferdinando Martins 17.08.07

Luis Capucho volta amadurecido em novo romance


Cinema Orly, de Luis Capucho, influenciou toda uma geração de gays – aquela que saía do armário na época em que as paradas começavam a surgir, e a livraria Futuro Infinito era ponto de encontro para os mais intelectualizados.

Agora, oito anos depois, ele enfrenta o medo do segundo romance. Com Rato, da Editora Rocco, Capucho mostra-se um autor mais amuderecido, sem os arroubos de Cinema Orly, mais denso e profundo. O estilo também melhorou. Agora, as frases correm soltas, mas unem-se em uma história coesa, com bom ritmo, agradável de ler.


A trama é singela. Em uma casa caindo aos pedaços, à sombra dos grandes edifícios do centro da cidade, alugam-se vagas para rapazes. Além dos hóspedes, moram lá Dona Creuza e seu filho, um rapaz calado, enrustido, que contempla à distância o corpo de outros homens. A chegada de Plínio, um novo morador, faz com que o rapaz seja tentado a sair do casulo que criou para si e se envolver, de verdade, em uma paixão por outro homem.
Enquanto Cinema Orly dirigia-se a um público específico, habituado à movimentação da cultura gay e ao circuito de pegação, Rato parte para um público maior. Indo além da questão da homossexualidade, revela a fragilidade de limites entre masculino e feminino. Volta-se para um público maior, mais amplo, indicando que a orientação sexual é tema para todos – gays ou não.


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