quarta-feira, março 31, 2010

No dia do meu aniversário, tive minha primeira aula com uma das professoras que me foram mal avisadas. Me disseram “olha, essa professora é daquele tipo que usa o cabelinho assim, assim, é do tipo que fala sozinha, que dá fora nos alunos” e tal. Avisado, quando a professora entrou na sala, fechei minha cara.
E, aí, quando ela começou a falar e o raciocínio era cristalino e eu comecei a fluir nas ondas do seu pensamento, eu adorei. Eu, na verdade, gostei de todas as professoras do curso.
Mas aí, continuando, estávamos todos os alunos silenciados, pendurados no discurso da professora, que, realmente, usa o cabelinho assim, assim, quando comecei a ouvir umas vozezinhas indistinguíveis dentro de minha cabeça. Aí, eu olhei pra os outros alunos e ninguém falava, estavam todos pendurados, absortos no que a professora dizia. Fiquei nervoso, gelei, “puta merda, justamente agora que tou curtindo outra vez a escola, estou tendo um surto psicótico? Que merda!”
E as vozezinhas silenciaram-se, mas aí, eu já não conseguia mais me pendurar no discurso voador da professora, tinha caído em terra. Eu tava muito frustrado que a escola tivesse me provocado aquela maluquice e pensei “ fica na sua, Luís, não vá se desesperar, vá em frente, seja o que deus quiser”...e, aí, as vozezinhas indistinguíveis voltaram a me gelar.
Olhei para o resto da turma: silêncio total, somente a professora jogava fora as palavras como vento alto no céu. Que merda!
Aí, silencioso leit@r, reparei na parede da sala. Era uma parede dessas de fórmica sobre finos compensados e as vozezinhas nada mais eram que a turma do outro lado, que estava conversando.
Que alívio!
Eu não fiquei maluco!
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

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