sexta-feira, março 19, 2010

O Campus da UFF foi construído num aterro a meio caminho entre a praia de Gragoatá e a Estação das Barcas. E fica no que, agora, estão chamando de Caminho Niemayer.
Antigamente, lá era um matagal de moitas de capim colonial, onde ficavam os pescadores de mexilhão e entre as quais iam muitos homens a fim de sexo.
Com a construção do Campus e com o Caminho Niemayer, o matagal se extinguiu e a população de rua, os bandidozinhos que usavam o aterro como lugar de camuflagem, ficam expostos numa praça que construíram logo imediatamente à Praça Araribóia.
E os estudantes classe média passam ali meio às pressas, com medo, embora eu imagine que nada aconteça.
Ante-ontem, a caminho de minha aula, estava chovendo muito, e o povo todo da rua, que mora na rua, se concentrou nos estreitos abrigos da praça. Muitos casais mais pobres usam a praça pra fazer o antigo arrocho, o meu bom leit@r sabe do que falo.
Aí, quando passei na chuva, um casal encostado ao muro que separa a praça do mar, estava de um jeito que me chamou a atenção, porque estavam endurecidos, assim, num beijo de boca endurecido, que chamou minha atenção.
Passei por ele e olhei pra trás e vi o motivo da dureza: o cara contorcia-se inteiro para conseguir manter uma das mãos dentro do jeans apertadíssimo da garota e batia uma siririca nela, que estava toda dura, tesa de prazer...que coisa!
Aí, um pouco mais na frente, um trio de adolescentes, duas meninas e um menino, que não eram meninos de rua, mas que também não me pareciam estudantes, fumavam um baseado.
E mais na frente um pouco, o povo que mora ali, deitado sob cobertores muito sujos, sob uma marquise, batendo papo, animados, com a chuva e a proximidade que ela, a chuva, trouxe.
Normalmente, nos dias secos, não está concentrada tanta gente.
E nós que temos que atravessar a praça, com a praça mais livre, não precisamos passar tão perto de quem esteja parado rente ao muro ou sob a marquise.
Conclusão: esse trecho da cidade ficou mais bonito, parece que a cidade ficou mais rica, mas a pobreza, sem ter onde se esconder, ficou mais exposta.
Eu disse pro Pedro:
- Engraçado...a cidade ficou mais rica, mas parece que tem mais gente pobre! Sei lá...
Ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!

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