quarta-feira, fevereiro 02, 2011

De novo, voltamos à ideia de Vilém Flusser de que a realidade está na estrutura, e de que a estrutura, o ser puro, se realiza nos seus luxuriantes movimentos em sociedade ou penso na ideia específica de que a estrutura contida no DNA humano, se realiza através do entrecruzamento sexual do espermatozóide e óvulo.
A estrutura, quando se realiza, tem, pois, dois movimentos: um vertical, outro horizontal, e se propaga ou se reproduz em todas as direções, o que faz com que tenha dimensão de corpo no espaço, que é a dimensão do organismo humano que possuo, com os meus órgãos internos todos dimensionados desse modo, e que também é a dimensão do texto que produzo agora, dimensionado no tempo e espaço.
Então, mais uma vez, voltando a seguir o fio da meada, se o meu teclado de escrever é como uma máquina de costura que escreve ou costura corpos no espaço, redimensionando assim vestidos, calças, paletós, toalhas, luvas de plural, luvas alternativas, transitivas e tal e tal, o corpo real e fluido da literatura, esse mundo paralelo de palavras, construído de moléculas substantivas, de átomos de palavras alternadas e tudo, que não é sólido, gás ou líquido, o que é, o que é?

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