quinta-feira, março 10, 2011

Ressaca de carnaval.
Fui nadar.
A professora disse, diante do minha lentidão:
- Bora, Luís! O carnaval só acaba domingo!
- Pra mim já acabou...
No meio do samba, a gente não escuta ninguém falar, mas as pessoas continuam se comunicando, não sei, neguinho fala para caramba!
Aí, quando cheguei em casa, depois do baile, na madrugada tava o maior silêncio, só os galos cantando, mas eu comecei a ouvir pessoas falando.
Como as conversas submersas no barulho altíssimo da banda no baile, a conversa estava numa camada de som muito, muito abaixo dos sons que a gente ouve vindo de perto, normalmente.
Ao mesmo tempo, não estava longe. Estava sob, mas não longe.
Aí, eu aprumei meus ouvidos e não conseguindo distinguir palavra alguma, achei que fosse viagem minha. Depois pensei que pudesse ser o som dos encanamentos de água da casa, não sei.
Pensei que minha casa estivesse assombrada.
Também pensei que eram sons remiscentes do barulho do baile, que ecoavam na minha cabeça.
Podia ser alguém que estivesse de rádio ligado e dormiu.
Era gente conversando...

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