sexta-feira, julho 05, 2013

A Tecnologia - luís capucho/marcos sacramento



No final dos anos 80, eu e Marcos Sacramento fazíamos muita música juntos.

Não havia uma regra pra que a música aparecesse.

Às vezes, ela vinha pra nóis dois, mas “A Tecnologia” veio a letra sozinha pra ele e a música sozinha pra mim.

Algumas dessas músicas antigas, tenho o registro com minha voz e violão em fita-cassete, que digitalizei depois.

Mas não tenho registro de imagem, foto nem vídeo.

Por isso, coloquei essa foto aí ilustrando a música, porque estou com o violão.

É uma foto que Pedro Paz tirou, quando da gravação de meu disco “Cinema Íris”, no Cobaia Escritúdio do Paulo Baiano.

Estive pensando outro dia, que estou com o violão já vai pra três décadas, daí, silencioso leit@r, que mesmo que as sequelas motoras tenham modificado muito o meu jeito de executar as músicas, entre mim e ele, o violão, tem algo de apresentável, não seja pela técnica pura e pela pura sacanagem, ao menos, pela familiaridade com o bichano, que termina por ter estética, ta se ligando?
Então, tenho pensado em além de me apresentar com outros músicos, ter também a possibilidade de voz e violão.

Veja:



A Tecnologia

(luís capucho/ marcos sacramento)



A tecnologia interfere no som, porque o som é puro, isso não é reticente, não percebemos assim e não sabemos se falta alguma coisa

Como não percebemos que é alguma coisa grande o som é puro e a informação conspira com a forma, isso é tecnologia pura. Por que o som? Por que salienta-se o puro fim de um som? Por que não calam-se os restos?

Não percebemos o tão de emoção, o tanto de chacoalhos que badalam boleramente pelo salão ocre. A tecnologia insere no som a pureza, homenageia a burguesa, o pensamento popular. Soberaneia a fantasia, cisca os cascos, descasca a tecnica, manobra as bilaterais, onera o sofrimento. Uma homenagem à tecnica, uma bobagem, uma bobagem, uma simples sacanagem.

Bem que eu queria ter o samba-canção sem que a tecnica de bamba pudesse me envolver, mas o pouco de informática que acaso me abata possa ter o fim, que possa ter o fim de contemplar a tecnica, uma homenagem a tecnica....



Por que o som? Por que salienta-se o puro fim de um som? Por que não calam-se os restos?

Não percebemos o tão de emoção, o tanto de chacoalhos que badalam boleramente pelo salão ocre. A tecnologia insere no som a pureza, homenageia a burguesa, o pensamento popular. Soberaneia a fantasia, cisca os cascos, descasca a tecnica, manobra as bilaterais, onera o sofrimento. Uma homenagem à tecnica, uma bobagem, uma bobagem, uma simples sacanagem.





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