domingo, novembro 15, 2015

O Poema Maldito é o disco de que mais fizemos apresentações.
E, silencioso leit@r, mesmo que a gente possa ficar tentando lembrar dos fatos e que possa fazer as ligações possíveis entre uma coisa e outra, não ficamos procurando as explicações disso, porque a gente vai falhar sempre pra dizer, então, a gente ta curtindo muito que esteja acontecendo assim, estamos mergulhados na corredeira e ainda temos fôlego e tudo. E o que a gente faz, é ficar se dando conta das possibilidades que temos nas músicas, e, aí, ficamos pensando, construindo, aprendendo como mostrar as bichanas, vendo como elas se movem de um lugar pro outro, sem fazer casca, assim, elas continuam cruas e imperfeitas, como são as feridas e como são no registro do disco e tudo.
Então, ter pensado nisso agora, nas feridas, me faz lembrar de que muita gente tem chorado com o disco, por causa do seu jeito de crueza de ferida exposta, quer dizer, eu não entendo muito bem onde os que ouvem são atingidos, porque isso sempre vai depender do lugar onde a pessoa esteja, ta se ligando... e eu estou aqui, desse lado, onde estamos.
Também penso que nos shows, com o mover das músicas, com o jeito como elas têm se encaminhado na minha voz e violão e na guitarra e baixo do Felipe, que as músicas não ficam, assim, de chorar, leit@r, embora cruas e expostas, são músicas de ouvir com deleite e tudo.
A gente tem conversado, meio doidos, sobre o modo como nos sentimos apresentando as músicas do disco, tem conversado sobre como queremos nos sentir, sobre onde estamos e tal e isso, essas conversas, esses nossos encontros de ensaios, vão fazendo outras coisas chegarem, irem entrando e coisas vão indo embora, vão saindo.
De modo que, por último, nos shows, estamos tocando uma parceria nossa:

Bolo
(luís capucho/Felipe Castro)

Tararara tarararara tararara...
Tararara tarararara tararara...
Eu tenho a alma nua
Uma intuição de que eu sou um bolo
Um bolo lindo que te aguarda esperando acordado, inventado, morto
Pra morrer aqui, eu morri agora
Nas suas mãos de destino
Nos movimentos delas quando escrevem
Pelo avesso, todo virado, todo errado, todo torto
Escorreguei entre os dedos
Eu sou um bolo quentinho
Eu sou um bolo e vou te provocar
Eu sou um bolo, tou te esperando...
Um bolo, um bolo, um bolo, um bolo, um bolo, um bolo, um bolo, um bolo...
Tararara tarararara tararara...
Tararara tarararara tararara...
Tararara tarararara tararara...


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