quinta-feira, março 16, 2017

“Voz de voo rasteiro sobrevoa a floresta onde o tempo tem cabeças ou perninhas decepadas.” - foi essa frase que o Vítor escreveu num texto, quando me viu pela primeira vez numa apresentação de minhas músicas em Campinas, em 2014. Esse é um lance na minha música que os músicos gostam de implicar, porque acham que não quero dividir as músicas com eles, usando esse tempo sem padrão, em que a minha voz sobrevoa a floresta de tempo sem pernas nem cabeça.
Mas eu tava dizendo pra o Bruno Cosentino, no mesmo dia em que rolou o papo que falei aqui no Blog, aquele papo de os artistas se vislumbrarem por uma fresta e tal, eu falava com o Bruno, porque ele tava analisando o tempo da Jôsy (luís capucho/Douglas Oliveira) para passar para o Exército de Bebês e tudo.
Eu dizia pra o Bruno, que tem uma lógica no meu tempo. Tanto tem, que se você não analisar ela, você não vai perceber a falta de pé e cabeça. Se você não analisar a minha música, ela vai sobrevoar fluidamente a floresta e, sem análise, vai parecer que ela tem pé e cabeça. Por que ela tem, se liga.
Aí, os meninos do Exército de Bebês, quando estávamos fazendo o primeiro experimento de gravar a Jôsy no estúdio do Pedro Carneiro, eles viram isso. Teve uma hora que o Iuri, embatuscado no fluxo da Jôsy falou:
- Que música maluca, mas não parece!
Então, não é que eu queira fazer música sem fluxo, que ninguém entra no fluxo dela. Elas têm fluxo, sim. E a falta de perninhas e cabeças não é proposital, você sabe. É a música que vai pedindo, que vai fluindo nesse Encaixotando Helena.
O Naldo Miranda, que está comigo no “Antigo” desencaixotava Helena comigo de primeira. O Vitor também, faz isso. E o Tulio! Quando tocamos em SP, juntos, os três, na Para Pegar, desencaixotou um fluxo em sua viola caipira que parecia não ir cabendo na música, mas ao mesmo tempo estava cabendo nela.
E vai ser bom outra vez, porque estamos armando de tocar juntos no lançamento do Diário da Piscina aqui em Niterói, quando minha literatura, por iniciativa do vereador Leonardo Giordano, irá receber a medalha José Cândido de Carvalho, em maio!
Como tenho ouvido o pessoal dizer, agora: total!

Fora isso, o gatinho do Luiz Ribeiro com o diário:

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