quarta-feira, outubro 04, 2017

A gente se desdobra em dois, quando canta e quando escreve. Porque a gente, ao mesmo tempo canta e ouve, e ao mesmo tempo, escreve e lê. A gente fica dentro e a gente vê de fora. Como quem se olha no espelho, narcisista.
Isso é uma coisa que eu penso muitas vezes em parar de fazer.
E também muitas vezes eu penso que não irei mais ter o espelho pra olhar, que ele vai sumir. Porque daqui a um tempo tudo vai ter a configuração diferente, como a configuração de agora já é outra e já não é espelho do que eu era anos atrás. E o Diário da Piscina já não espelha minhas aulas de natação, hoje.
Eu disse pra o Carlos, um jornalista de BH, que eu tinha escrito um livro perene, quer dizer, um livro que será para sempre espelho.
Eu disse assim:
“Este é um livro que eu apresento como se tivesse sido todo escrito agora. Há uma tristeza no início dele porque a história, afinal, fala sobre recuperação. Porém, ao mesmo tempo que em que abordo isso, o título também traz uma alegria que vem da própria possibilidade de a cada dia você perceber que está melhorando. Então, eu não acho que esse seja um livro que olha para trás. Lendo as descrições da cidade, das pessoas e do modo como o personagem se relaciona com elas na piscina, eu noto que a narrativa trata do presente. Pode soar algo pretensioso, mas eu produzi uma história que é perene”, comenta Capucho.
A entrevista toda do Carlos está aqui:



É como amor...

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