quinta-feira, dezembro 07, 2017

É um mundo escuro esse em que se entra pra escrever. A gente vai clareando o caminho à medida que as frases vêm aparecendo, mas o resto tá no escuro, que é justo onde a gente vai e quer entrar. Daí, que eu mantenho o blog por quinze anos sem ter o que dizer, apenas por que gosto de ficar nesse lugar limite entre a escuridão e a claridade, nessa estação, onde uma vem e a outra vai e onde o que eu sinto se filtra um pouco e, aí, me sinto um pouco melhor, aqui, no apezinho, meio de eremita se socializando um pouco.
Agora, apenas mais um parágrafo para a clareira se alargar:
Mês que vem será 2018 e oficialmente me deram como alfabetizado em 1969. Não consigo ter a lembrança toda, mas a impressão é a de que no fim de 69, fui chamado ao gabinete para um teste: ler o ato de contrição, assinar meu nome? Não sei, a memória comeu essa parte. Não sei mesmo se foi nessa parte da estória, quando fui chamado ao gabinete. Estou num limite em que as frases vêm mais escuras do que luminosas, em que elas estão na sombra, quase não se vê o que elas dizem. Uma clareira na sombra escura, dentro do breu enorme.


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